Feliz 2021!! Um ano que promete para a construção civil!
Mas para essa promessa ser uma realidade em 2022, 2023, 2024, 2025… é importante colocarmos os pés no chão e lembrarmos um pouco do último bom momento que tivemos. Refletir sobre alguns erros (não digo todos), mas aqueles que envolveram desorganização e análises incorretas das construtoras, levando ao enfraquecimento do setor.
Primeiro, vamos às boas notícias: a manutenção da taxa básica de juros em 2% fez com que muitos ativos tradicionais ligados a Selic perdessem seu poder de atração. E para um investidor com perfil tradicional como o nosso, o mercado imobiliário se tornou um dos principais caminhos pela segurança e pelo potencial de rentabilidade no longo prazo.
Além disso, o mercado conta com uma demanda reprimida devido à escassez de lançamentos dos últimos anos. Dados da CBIC – Câmara Brasileira da Indústria da Construção – mostram que as vendas no setor cresceram 23,7% no terceiro trimestre do ano de 2020. Na comparação com 2019 e no acumulado até setembro, cresceu 57,5%.
Por último e não menos importante, há de se considerar que as prefeituras, ao precisarem de caixa, estão criando facilidades na geração de novos lançamentos, aprimorando a forma de liberação de licenças e atualizando seus códigos de construção e leis para uso do solo.
Tudo isso junto gera o que muitos chamam de “tempestade perfeita”.
Mas voltando ao meu parágrafo inicial: Como fazer esse momento ser mais duradouro? Como garantir que esse momento gere uma confiança de longo prazo no nosso mercado? Na minha cabeça, só há uma forma de garantir que não seja “só um momento”; e que daqui a pouco, chamaremos de boom e colocaremos nessa palavra tão sonora toda a responsabilidade pelos descaminhos conhecidos por todos. Com investimento em GESTÃO E PLANEJAMENTO.
Vamos aos fatos!
Os ciclos de um empreendimento são muito longos: da decisão de lançamento até a entrega demoram de 03 a 05 anos, em prazo otimista; necessitando de uma maneira mais correta de apuração interna dos dados, seja para informação aos investidores, ou para premiação dos envolvidos no processo. Associar premiação no tempo presente a um resultado futuro em uma atividade com tantas variáveis, tantos envolvidos, tanta insegurança e pouco apuro de projeto e gestão faz com que a informação trabalhe para favorecer à premiação e não permita clareza dos dados. Isso possibilita uma visão incorreta de todo o cenário e tendências, e por consequência, nenhuma margem de solução imediata para os problemas diários.
Para uma clareza de dados e uma tendência isenta e bem apurada, essa informação DEVE ser gerada e auditada por uma empresa externa, com expertise e independência para garantir os dados apresentados. Deixando com a construtora a análise mais aprofundada dos dados, as referências internas e as tomadas de decisão no momento adequado.
Independência é um outro ponto relevante nesse assunto. O setor de planejamento e qualidade de uma empresa deve ser parte da equipe de apoio, ajudando a pensar em soluções, retroalimentar os dados da empresa, os manuais de procedimento, e o setor de projetos e suprimentos, mas jamais sob a batuta ou tutela da obra. Ela precisa ser independente e responder diretamente à direção da empresa. É função desse departamento analisar, decupar e fazer o link entre a informação apurada pela empresa independente contratada, os demais setores da construtora, a engenharia da obra (para melhoria constante dos serviços) e a diretoria para conhecimento e tomada de decisões estratégicas.
Esse comportamento é saudável e dá clareza a todos os envolvidos. Todos conseguem ser questionados e questionar, deixando o processo transparente. Esses questionamentos trabalham como filtro da informação, ajudando toda cadeia de produção da empresa a ter que rever o seu planejamento, expor suas necessidades e garantir a melhor entrega no dia a dia do escopo às suas funções.
O mercado de investimento vive de confiança e transparência. O Brasil e o nosso setor precisam acreditar e investir cada vez mais nisso! Não podemos deixar passar essa oportunidade apenas para “viver o momento”.
O cliente final vem de uma fase de entregas de obras de qualidade e prazos duvidosos, logo, é necessário recuperar esse cliente. Recuperar essa relação. Esse tema rende outros desdobramentos, que eu vou deixar para um próximo post.
Fazer uma GESTÃO apurada e inteligente é a forma mais eficaz de garantir o melhor PLANEJAMENTO para a empresa e suas obras. Para isso, é necessário criar novas formas de pensar e SOLUÇÕES mais adequadas para os nossos tempos, garantindo assim maior confiança no nosso setor, e um produto de maior qualidade para quem compra com maior longevidade de investimentos.