Um certo dilema e um paradigma na Construção Civil
Uma das grandes necessidades da vida é tentar reduzir ao mínimo os imprevistos que ao futuro pertence; e ter o máximo de soluções possíveis caso eles ocorram.
No dia a dia, é assim que funciona nosso cérebro. Ele guarda nossas rotinas, tornando-as menos desafiadoras ao longo do tempo. Por exemplo: de tanto fazer o caminho entre o sofá e a cozinha, em um determinado tempo, que pode variar de pessoa para pessoa, é possível fazer esse pequeno trajeto de olhos fechados e com o mínimo de risco, mesmo com um objeto no caminho.
Como em uma telemetria automobilística, sabemos de todos os riscos que já ocorreram ao longo do tempo em que o caminho foi percorrido e conseguimos guardar cada alegria ou sofrimento.
Mesmo em uma pequena fração de tempo em que podemos dar a exatidão de onde estaremos em poucos minutos, é impossível saber quais os imprevistos que poderão ocorrer embora estejamos preparados para a sua grande maioria.
Essa Telemetria, que é muito falada e usada em carros de F1, é tão importante para os pilotos, que é possível prever desde o melhor momento para uma ultrapassagem até um acidente eminente. Além disso, tudo é um processo que aprimora o desenvolvimento do carro.
Essa tecnologia, de forma mais simples, está mais próxima do que podemos imaginar! Ela está presente e em quase todos os objetos pessoais que usamos, como: celulares, relógios, computadores e tênis de corrida.
Em uma resposta à revista VEJA, Alejandro Couce, uruguaio e gerente geral para a América Latina da Tibco Software, a fornecedora de gerenciamento de dados da equipe Mercedes, disse que “cada carro produz cerca de 3 terabytes de informação por fim de semana”.
A reportagem ainda continua com um depoimento operacional: “Por isso que ali no pitlane, dos seis engenheiros da equipe sentados a beira do muro dos boxes, três são treinados por nós para fazer a interpretação mais rápida dos dados.”
O uso dos dados tem implicações práticas fascinantes, que, antes, dependiam única e exclusivamente do “feeling” dos homens ao volante e dos engenheiros de cada carro. Agora, os algoritmos apresentam os vários cenários possíveis para que uma pessoa de carne e osso tome a decisão mais assertiva.
Leia mais em: https://veja.abril.com.br/esporte/3-terabytes-por-corrida-os-dados-produzidos-pelos-carros-de-formula-1/
Assim como ocorre na F1, aqui na G+P, temos total consciência de que os canteiros de obras são geradores de alguns terabytes de informações, e estas, quando alinhadas às reais necessidades do contrato e dos indicadores precisos e pertinentes, são fundamentais para a rápida tomada de decisão do rumo contratual, utilizando a razão no lugar da emoção ou do “feeling”.
No contexto da construção civil, a Telemetria é mais conhecida como KPIs (Key Performance Indicators) ou simplesmente indicadores, que são obtidos e gerados a partir de informações retiradas de ERPs e/ou programas como o MS Project.
Porém, duas das maiores questões são: o quão eficientes são esses indicadores e qual o grau de importância das rápidas tomadas de decisão?
Quando falamos em rastreabilidade de informações e indicadores, algumas Construtoras e Gestores ainda não entendem a importância de um planejamento e acompanhamento contratual feitos por um escritório especializado, alinhado e comprometido com a obtenção de dados.
Essa apuração gera informações objetivas, dando credibilidade aos números contratuais e facilitando a tomada de decisões assertivas.
Não menos importante do que ter a Telemetria “afiada” de um Contrato em andamento ou da empresa, é identificar o quanto de VALOR trazem essas informações.
Muitas empresas preferem contratar escritórios de Arquitetura, Instalações, Fundações e Estrutura; confiando a eles o desenvolvimento e revisão dos projetos, as escolhas de materiais e até a maior de todas as responsabilidades: a segurança estrutural.
Tudo isso está correto, pois esses escritórios conseguem desenvolver um produto de alta qualidade devido à sua expertise em diversos projetos.
As mesmas empresas investem em ERPs poderosos e robustos, porém, não conseguem extrair indicadores relevantes para a tomada de decisão a partir das informações produzidas por esses softwares.
Sendo assim, contratar uma empresa especializada que traga à mesa informações precisas e relevantes, traduzindo a telemetria dos ERPs para desenvolver indicadores que proporcionem uma rápida tomada de decisão, e consequentemente gerando VALOR, ainda é tratado como um CUSTO quase que desnecessário.
Quebrar esse paradigma de que esse CUSTO, na verdade, é um INVESTIMENTO NECESSÁRIO será um dos desafios que a G+P precisará enfrentar no reaquecimento e retomada do mercado da construção.